
O Professor
Mentor, Professor, Mestre e pesquisador das áreas de Teologia, Filosofia, História, Ciência Política (Politologia), Antropologia, Sociologia, Educação Clássica, Literatura Clássica, Música Erudita (Clássica), Arte (Estudos do Belo) e Línguas Antigas; bem como um incentivador e adepto do Homeschooling (Educação no Lar). Sou escritor, e recentemente participei como coautor, com outros tantos nobres escritores, do livro "Olavo de Carvalho: Um Filósofo do Brasil", obra publicada pela Editora Armada. Também participei da tradução de uma obra de Watchman Nee, Espírito de Sabedoria e Revelação: A Chave Para Conhecer as Profundezas de Deus, publicada pela Editora dos Clássicos; e tenho atuado como tradutor, revisor de tradução e revisor textual com trabalhos já realizados e outros em fluxo para distintas editoras, entre elas a Editora Escriba do Reino.
Não faltam projetos nos quais tenho dedicado tempo e esforço significativo nesses últimos anos, e entre os tantos em andamento, os mais recentes são: o Seminário Online de Teologia (SOT); o Seminário Online de Filosofia (SOF); e o Seminário Online de Educação (SOE) e Lendo os Clássicos da Literatura e os Bons Livros Com o Professor. Tem sido uma prática contínua o lançamento de cursos de formação e avulsos no campo da Teologia, Filosofia e Educação Clássica, bem como cursos e palestras para aqueles que praticam ou são interessados na prática do Homeschooling. Logo em breve dois livros sobre Educação Clássica, de minha autoria, estarão disponíveis ao público interessado em educar a si mesmo e os seus filhos em casa através das Sete Artes Liberais, conhecidas como Trivium et Quadrivium.
Fui aluno de Filosofia do nobre e saudoso Professor e Filósofo, Olavo de Carvalho, desde o True Outspeak (Programa de Rádio) no qual Olavo expunha seu pensamento filosófico, e desde os primeiros anos do COF (Curso Online de Filosofia), ambiente no qual formou inúmeras mentes hoje conservadoras. Também tive a grata oportunidade de ter sido aluno de Teologia do amado Professor e Teólogo, além de amigo e irmão, Carlos Alberto, a quem devo muito no Senhor e de quem aprendi a servir dedicadamente a Deus e à Igreja, um verdadeiro mentor para mim; e desde os primeiros anos da ESTE (Escola Superior de Teologia e Espiritualidade), passando pela FCT (Faculdade Cristã de Teologia), ao início da UNICRISTÃ (Unicristã Institute - Christian University). Tive outros grandes mentores durante a caminhada, tendo aprendido muito de estimados Professores e Teólogos como os nobres Ricardo Rios, Pedro Paulo entre outros qui sunt nobiles.
Estudei Teologia e Filosofia logo após a formação inicial dos grandes clássicos da humanidade, como deve ser. Influenciado pelo meu amado, querido e saudoso pai, Ricardo Couto, servo e ministro do evangelho dedicado ao supremo Deus e Pai; e minha bondosa, amorosa e saudosa mãe, Raimunda Couto, serva santa e dedicada à Igreja do Senhor ― que muito me ensinaram sobre o puro e simples evangelho e a vida ― cedo dediquei tempo às Sagradas Escrituras e aos grandes filósofos clássicos e medievais, sem desconsiderar os grandes poetas e romancistas ocidentais. A minha maior preocupação diante do quadro que vivemos no âmbito da educação, da formação em geral, é essa obsessão fútil por um pedaço de papel que não prova coisa alguma acerca do indivíduo que o possui, antes cria uma falsa sensação de realidade na qual alguém dentro do círculo vicioso finge que ensina, que educa... enquanto outros fingem que aprendem, fingem que são educados.
A Formação Literária
Nos estudos da Literatura, assim como na apreciação da arte literária ao longo dos séculos, é essencial ter clareza de que minha principal base foi e continua sendo a tradição clássica iniciada pelos gregos e romanos, e que se estende até os romancistas e poetas dos períodos posteriores. Na Grécia Antiga, a literatura começou com os épicos de Homero (grego, 776-650 a.C.), cujas obras "Ilíada" e "Odisseia" são fundamentais. Hesíodo (grego, 776-650 a.C.) contribuiu com "Teogonia" e "Os Trabalhos e os Dias". Estes textos estabeleceram as bases da mitologia e da moralidade ocidentais. A tragédia grega floresceu com Ésquilo (525-456 a.C.), Sófocles (497-406 a.C.) e Eurípides (480-406 a.C.), enquanto a comédia foi brilhantemente representada por Aristófanes (c. 446-386 a.C.). Platão (427-347 a.C.) e Aristóteles (384-322 a.C.) não só filosofaram sobre a vida e a ética, mas também sobre a estética e a poética, influenciando profundamente o pensamento literário.
Com a ascensão de Roma, a literatura grega encontrou continuidade e expansão. Virgílio (70-19 a.C.), com sua "Eneida", fez ecoar o estilo épico homérico, adaptando-o ao contexto romano. Ovídio (43 a.C.-17 d.C.) deixou-nos "Metamorfoses" e uma vasta coleção de poesia lírica e elegíaca. Horácio (65-8 a.C.) e suas "Odes" exemplificaram a fusão do lirismo grego com a cultura romana. Cícero (106-43 a.C.) e Sêneca (4 a.C.-65 d.C.) destacaram-se como grandes prosadores e ensaístas, enriquecendo a retórica e a filosofia moral. As "Sátiras" de Juvenal (c. 55-138 d.C.) e os "Epigramas" de Marcial (c. 38-104 d.C.) oferecem uma janela crítica para a vida e os costumes da Roma Antiga. Estes autores pavimentaram o caminho para a literatura ocidental, influenciando gerações subsequentes.
Durante a Idade Média, que se inicia no Século V com a queda de Roma, a literatura encontrou novas formas de expressão. Os escritores medievais, em grande parte monásticos, contribuíram significativamente para a preservação e transmissão do conhecimento clássico. Agostinho de Hipona (354-430) com suas "Confissões" e "A Cidade de Deus" mesclou filosofia, teologia e autobiografia. Boécio (480-524) em "A Consolação da Filosofia" integrou a filosofia clássica com a cristã. O renascimento da literatura latina continuou com Beda, o Venerável (672-735), e Alcuíno de Iorque (735-804). Na literatura vernácula, Dante Alighieri (1265-1321) com sua "Divina Comédia" e Geoffrey Chaucer (c. 1343-1400) com "Os Contos da Cantuária" marcaram o início de uma nova era literária que explorava temas religiosos e seculares com igual profundidade.
Avançando para a Idade Moderna e Contemporânea, que começou no final do Século XV, a literatura conheceu um florescimento sem precedentes. Os romancistas e poetas da época produziram obras que continuam a influenciar a literatura até os dias de hoje. William Shakespeare (inglês, 1564-1616), com suas peças e sonetos, redefiniu o drama e a poesia. Miguel de Cervantes (1547-1616), com "Dom Quixote", inaugurou o romance moderno. John Milton (1608-1674), com "Paraíso Perdido", e os poetas metafísicos como John Donne (1572-1631) enriqueceram a poesia inglesa. No Século XIX, os romancistas como Jane Austen (1775-1817), com "Orgulho e Preconceito", Charles Dickens (1812-1870), com "Oliver Twist" e "David Copperfield", e os poetas como William Wordsworth (1770-1850) e John Keats (1795-1821) expandiram os horizontes literários. No Século XX e XXI, escritores como James Joyce (1882-1941), com "Ulisses", e Gabriel García Márquez (1927-2014), com "Cem Anos de Solidão", continuaram a inovar e inspirar. Toda essa rica tapeçaria literária forma a base da minha formação, sempre alimentada pelo amor à leitura e ao aprofundamento das letras.
Os Fundamentos Teológicos
Nos estudos da Teologia, assim como na prática da vida cristã normal, há de se ter clareza que a minha principal base foi e continua sendo a Escritura Sagrada segundo a revelação neotestamentária cristocêntrica, sendo o maior influxo dos afluentes dos escritos dos Pais da Igreja (Pais Apostólicos, Apologistas e Sistemáticos) ainda no Mundo Antigo — o período patrístico — que finda com a queda de Roma em 476 d.C. / — Na Idade Média, que se inicia no Século V, a influição fica por conta dos escritos e história dos irmãos católicos conhecidos como escolásticos, entre eles Anselmo de Cantuária (burgúndio, 1033-1109); Pedro Abelardo (francês, 1079-1142); Francisco de Assis (germano, 1181-1226); Tomás de Aquino (siciliano, 1225-1274); João Duns Escoto, conhecido como Scotus (escocês, 1266-1308); Nicolau de Oresme (francês, 1320-1382); e ainda de forma tardia, Erasmo de Roterdã (burgúndio, 1466-1536) et caetera.
Na Idade Moderna, que teve início no século XV, tive um equilibrado contato com a literatura de irmãos reformados como Martinho Lutero (alemão, 1483-1546); João Calvino (francês, 1509-1564); John Knox (escocês, 1514-1572); Richard Baxter (inglês, 1615-1691); John Owen (inglês, 1616-1683); John Bunyan (inglês, 1628-1688); John Wesley (inglês, 1703-1791) et caetera. / — Já na Idade Contemporânea, que começou no final do Século XVIII e segue em nossos dias, há influências mistas de origem católica e reformada, entre eles Charles Haddon Spurgeon, conhecido como C. H. Spurgeon (inglês, 1834-1892); Dwight Lyman Moody, conhecido como D. L. Moody (norte-americano, 1837-1899); Cyrus Ingerson Scofield, conhecido como C. I. Scofield (norte-americano, 1843-1921); Andrew Murray (sul-africano, 1828-1917) et caetera.
Ainda quanto a Teologia e a prática da vida cristã comum, em sentido mais claro com respeito aos oráculos divinos e a revelação neotestamentária, cabe um destaque em relação às principais influências que são dos irmãos da restauração na Idade Contemporânea, porém já situados no Séxulo XIX tais como Anthony Norris Groves (inglês, 1795-1853); Robert Cleaver Chapman, conhecido como R. C. Chapman (dinamarquês, 1803-1902); George Vicesimus Wigram (inglês, 1805-1879); Johann Georg Ferdinand Müller, conhecido como George Müller (inglês, 1805-1898); Benjamin Wills Newton, conhecido como Benjamin Newton (inglês, 1807-1899); Robert Govett (inglês, 1813-1901); Charles Henry Mackintosh, conhecido como C. H. Mackintosh (inglês, 1820-1896); George Hawkins Pember, conhecido como G. H. Pember (inglês, 1837-1910); David Morrieson Panton, conhecido como D. M. Panton (inglês, 1870-1955); George Henry Lang, conhecido como G. H. Lang (inglês, 1874-1958) et caetera.
Claro que todo esse estudo não valeria de nada se não houvesse temor a Deus e a inegociável prática da vida cristã normal de perseverança e comunhão (convivência) com os santos nas igrejas; tendo discernimento que foi com os irmãos dos Séculos XX e XXI — através do conjunto de suas obras literárias e de algumas mensagens gravadas e presencias — que houve maior luz e verdade durante a caminhada, como os escritos de Theodore Austin-Sparks, conhecido como T. Austin-Sparks (inglês, 1888-1971); Ní Tuòshēng, conhecido como Watchman Nee (chinês, 1903-1972); / — conhecendo mais de perto a vida e obra de irmãos como Chángshòu, conhecido como Witness Lee (chinês, 1905-1997); Frederick Fyvie Bruce, conhecido como F. F. Bruce (inglês, 1910-1990); Jiang ShouDao, conhecido como Stephen Kaung (chinês, 1915-2022); William MacDonald (norte-americano, 1917-2007); Chen Xizeng, conhecido como Christian Chen (chinês, 1938-2017); Gino Iafrancesco Villegas (colombiano, 1951-2017) et caetera.
Os Pilares Filosóficos
Na dedicação aos estudos da Filosofia, como se era de esperar de um cristão que preza a fé e a ardente necessidade de conhecer a verdade, sem sombra de dúvida o firme pilar entre os valiosos e importantes pilares foi o precioso tripé da busca pela verdade, da experiência do supremo bem, e da inegável e singela ternura da beleza. Posso destacar a maior influência sendo do escritos dos gregos clássicos do Mundo Antigo, entre eles Sócrates (grego, 469 a.C. - 399 a.C.) através da leitura de Platão (Diálogos: Apologia, Críton, Fédon, República, Meno), e Xenofonte (Memoráveis de Sócrates, Econômico, Apologia de Sócrates, Banquete); e como não poderia ser diferente, dentro do pilar mais firme ainda estão Platão (grego, 428/427 a.C. - 348/347 a.C.) com as obras República, Leis, Protágoras, Górgias, Menexeno); e o sistemático Aristóteles (384 a.C. - 322 a.C.) os estudos sobre a Política, Ética a Nicômaco, Retórica, Poética, Sobre a alma et caetera.
Com certeza, todo esse estudo não valeria de nada se não houvesse um senso claro de propósito e prática na filosofia. É essencial que se leve em consideração as diferentes tradições e ideias que surgiram ao longo da história, mas tudo isso deve estar ancorado em um compromisso sólido com a busca da verdade e o aprimoramento da vida humana, Logo é importante não perder de vista que a filosofia não é apenas um assunto acadêmico, mas tem um impacto direto em nossas vidas cotidianas; / — nos estudos foi possível conhecer ainda a vida e obra de cristãos Filósofos como Blaise Pascal (francês, 1623-1662); Gottfried Wilhelm Leibniz (alemão, 1646-1716); Friedrich Wilhelm Joseph von Schelling, mais conhecido como Schelling (alemão, 1775-1854); Edmund Gustav Albrecht Husserl, conhecido como Edmund Husserl (alemão, 1859-1938); et caetera
Os grandes nomes estrangeiros da Filosofia contemporânea Xavier Zubiri (espanhol, 1898-1983); Eric Voegelin (germano-americano, 1901-1985).
Entre os Filósofos contemporâneos brasileiros é notório até aqui, e indispensável retomar, que fui grandemente influenciado pela pensamento filosófico do Professor Olavo de Carvalho (brasileiro, 1947-2022), o qual foi o meu mentor em Filosofia; bem, ele foi o meu mais importante professor de Filosofia e Ciência Política. Mas os estudos também passaram por outros importantes e imprescindíveis filósofos nacionais como o Mário Ferreira dos Santos (brasileiro, 1907-1968); Miguel Reale (brasileiro, 1910-2006); o incrível lógico e fenomenológico, Vicente Ferreira da Silva (brasileiro, 1916-1963); Vilém Flusser (checo-brasileiro, 1920-1991); o gênio, José Guilherme Merquior (brasileiro, 1941-1991).
O Chamado Pedagógico
Escolhi atuar na educação como professor das grandes áreas do conhecimento como a Teologia, Filosofia, História, Educação Clássica et caetera, por saber que através desta poderia contribuir com a transformação da sociedade, pois a verdadeira educação está ligada íntima e diretamente com a transformação do ser do indivíduo disposto a aprender; e apesar de ensinar ser prazeroso e realizador, é sem dúvida extremamente desafiador, pois a lida não é com objetos inanimados, mas com almas. Esta escolha ainda teve muito a ver com a responsabilidade do Ministério da Palavra, o encargo com o ensino das Escrituras Sagradas segundo o dom de Deus a mim confiado e confirmado muitas vezes pelo próprio Espírito de Deus de forma direta e em distintas outras vezes por distintos servos de Deus.
As tendências contemporâneas provocadas pelo avanço da tecnologia desafiam todo e qualquer conceito pedagógico antes elaborado, levando o professor a continuar melhorando sua pedagogia e métodos de ensino. Sabendo que a Educação Clássica é o verdadeiro norte para uma formação conceitualmente válida, utilizar a tecnologia em seu favor é algo a se pensar e considerar a prática, não obstante preservando a essência que a envolve e consolida como a melhor educação que já existiu e que em nossos dias voltou a ser reconhecida em sua grandeza. A tecnologia é um enorme desafio para as instituições e professores nesta nova era da educação, mas não pode ser colocada como único meio possível para a transmissão do conhecimento na atualidade. Com ou sem tecnologia educar é uma arte que só é possível para aqueles que sobre ela se debruçam: ― seja para aquele que ensina ou para aquele que aprende. A educação tem caminhado por duas duras realidades quanto ao fato de seu sucesso, e isto é muito sério, pois envolve a disposição da vontade do mestre e do aluno.
Em um mundo no qual a educação é despreza em vários círculos sociais, muitos acreditam que um professor deve apenas conhecer sobre a pedagogia e/ou a área específica de sua licenciatura, sua formação em geral. Quanta inocente bobagem! Bem, ser professor vai muito além desta simplista afirmativa sem qualquer consideração meditativa prévia. As pessoas gostam de falar daquilo que não entendem, e isto com grande frequência. Um professor digno do nome ― um magister ― tem completo domínio de sua área de formação, contudo deve-se saber que não pára neste importante ponto da questão, indubitavelmente. Um magister tem o coração envolvido com a educação e com os princípios mais elevados que a circundam: ― a busca pela verdade e a formação do caráter!
Com tantos anos de experiência ensinando posso afirmar que os desafios são mastodônticos para os professores que para os alunos, pois se não há comprometimento e envolvimento por parte do professor para com a verdade, a justiça, a honra, a vida... para nada serve o título, ou ainda o papel que o titula. Um verdadeiro mestre ama o que faz e ama a quem através do fazer, muda. A relação entre professor e aluno está muito além do que hoje é defendido, de fato essa relação é de amor mútuo, bem como de amor pela transformação que proporciona o conhecimento; é algo que transcende a natureza e capacidade da educação moderna, pois é inerentemente o oposto do relativismo tão presente no espírito da educação contemporaneidade.
Sábado, 16 de julho de 2022.
Ricardo Couto Jr.